Conceitos para praticar e acessar profundamente.
Agir menos no piloto automático, estar mais presente na vida e ser menos crítico… Parece uma boa ideia, não é? Muito mais do que uma boa ideia, é uma forma de se relacionar com seus próprios pensamentos, uma forma de aprender a identificar emoções e notar os impulsos de reagir automaticamente. Precisa de um empenho diário, esse treino da atenção… porque sem a prática, não passará de uma boa ideia.
Podemos dizer que Mindfulness (ou a sua tradução, Atenção Plena) é o treinamento da atenção. E é importante enfatizar o termo treinamento, porque é algo que fazemos instante a instante, visto que a natureza da mente é mesmo gerar pensamentos a todo momento e não podemos lutar contra isso. No mindfulness, aprendemos a fazer amizade com os nossos pensamentos e com o padrão de funcionamento das nossas mentes, por isso não temos como objetivo parar os pensamentos. Usamos os pensamentos como “objeto de estudo”, deixamos que eles venham, observamos esses pensamentos e assistimos a partida de cada um deles, sem esforço.
Quando treinamos o bíceps, fazemos repetições de exercícios com um peso na mão, uma resistência e assim estimulamos a hipertrofia do músculo. Em analogia a esse treino de bíceps, treinamos também a atenção sempre que notamos a atenção vagar em direção a pensamentos diversos – como pensamentos de preocupação, de planejamento, de autocrítica – e assim que notamos esse desvio, sem julgar e com gentileza, escoltamos de volta a nossa atenção para uma âncora no momento presente. Essa âncora pode ser, por exemplo, a sensação física da respiração.
O estado de Mindfulness é aquilo que experimentamos quando tomamos consciência de que pensamentos não são fatos e que podemos assumir a posição de “eu observador” de nós mesmos, para assim acessarmos uma perspectiva mais ampla da cena e do nosso personagem ali inserido. Isso nos dá a possibilidade de enxergar uma imensidão de respostas cabíveis e mais assertivas, diante de qualquer situação na vida. Isso nos permite sair do modo mecânico e inconsciente de agir, o modo piloto automático da mente, ao qual estamos tão viciados, que perdemos a nitidez e a riqueza de detalhes de todas as experiências da vida, sejam elas agradáveis ou desagradáveis.
Essa tomada de consciência, essa saída do piloto automático, só é possível de virar um hábito no dia-a-dia com a prática das várias técnicas, sejam elas formais ou informais.
Quer saber mais sobre essas técnicas? Fique comigo nos próximos posts.